Nada é linear. Por mais que algumas coisas pareçam se repetir, sempre há um detalhe fazendo diferença. Sair de casa não é igual, as pessoas não estão do mesmo jeito e até a nossa cara parece acordar do lado avesso de vez em quando. É a vida.
Engraçado, mas a gente acaba percebendo isso só em situações clichê, genéricas. Mas nossas relações também são assim. Não é todo dia que a as margaridas de bom dia chegam antes de nós mesmos, pra preparar o terreno alheio para nossa chegada. Nem é sempre que estamos dispostos buscar o que há de melhor nas coisas. Tem dia que é azedo.
O outro também é assim. Sofre agitações, dores, saudades. Um pormenor que seja é capaz de nos levar a extremos inimagináveis. E quem pode dizer que o que eu sinto é pior do que o que você sente? Ninguém. Não há um "termômetro" pra esse tipo de coisa. Não é possível medir em uma escala o quanto você ama ou o quanto eu gosto de crianças. Acho que isso é bom. Evita que o comodismo se instale e nos força a querer dar sempre o nosso melhor, independente de saber se o outro faria exatamente o mesmo por nós ou não. Ou é assim que deveria ser.
Assim como todos os sentimentos, o mais nobre deles também sofre oscilações. O amor varia de cultura pra cultura, de casa pra casa e até de um minuto pra outro. Discordo de quem diz que ele é estático. O amor é vivo, é vida! É por isso que se renova, se restaura e até pode adormecer por algum tempo.
Os dias de descrença com certeza virão pesados, angustiantes, temerosos. Mas são eles que precedem as mais agradáveis sensações de alegria e paz interior, uma tranquilidade que só o amor mais puro pode trazer.
Não é ruim que o vazio apareça de vez em quando, desde que não venha pra ficar. As pessoas pensam melhor quando não estão eufóricas. Não há nada mais lindo do que ter a clara consciência do mais sublime sentimento que pode nos envolver.
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