A alma humana anseia ser compreendida em sua singularidade. Para isso, deixa pequenas frestas, mas só entra aquele capaz de encontrá-la, sem julgamentos ou preconceitos, em sua mais pura essência.
segunda-feira, 3 de junho de 2013
A Espera
Datas especiais sempre geram expectativa. Pode ser natal, dia das mães, aniversário de gente querida. Mas tem também aquela comemoração que é só nossa, aquele dia que parece ter sido feito pra você, com direito a dar bom dia pras plantas e sorrir pra gente desconhecida na rua. Esses são os melhores. Você acorda e começa a se lembrar de todos os planos que tinha feito, cada detalhe muito bem preparado e aguardando a chegada do personagem principal da peça.
Está tudo pronto, mas ele não chega. O relógio para, mas o tempo continua passando e cada instante de espera aumenta ainda mais a aflição. Por que tanta demora? Aconteceu alguma coisa? Mas está tudo bem. Ninguém vem. Ninguém explica.
E assim, sem saber o motivo da falta, você muda de assunto. Uma vez, duas, dez... E para de contar, afinal, internamente você já sabe o desfecho dessa história. Sabe que esperar é em vão. Desiste.
Os anos passam, pessoas vem e vão, mas o sentimento que ficou de cada uma insiste em ficar e cada situação parece preceder uma fuga silenciosa. Um medo constante de se tornar a mesma insignificância de outrora. É uma nova roupa pra um corpo velho.
Até que você percebe que já não consegue imaginar nada que perdure. É sempre vago, sempre fugaz, sempre momentâneo. E pra se proteger de mais uma ausência, deixa de mergulhar nas coisas boas que a vida traz, não explora, não escava. Fica raso, superficial e vazio... E deixa de sentir.
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2 comentários:
São palavras tão vivas que envolvem a nossas emoções... Expressou bem a idéia de vazio que nos mata aos poucos através da falta.
Surpreendente!
Obrigada, Péricles!
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